Lieberman censura "espetáculo grotesco" de Israel
"Quatro ministros, que apareceram uns junto dos outros com posições diplomáticas totalmente diferentes, criaram um espetáculo grotesco", declarou Avigdor Lieberman, numa estância balnear de Eilat (sul do país).
O ministro fazia referência aos discursos de domingo numa conferência sobre segurança, na cidade de Herzliya. A ministra da Justiça,Tzipi Livini, apelou a um retomar das negociações de paz interrompidas no final de abril, enquanto o seu colega com a pasta do Interior, Gidon Saar, se dizia favorável à manutenção do status quo.
Naftali Bennett, ministro da Economia e dirigente do partido nacionalista religioso Foyer Judeu, declarou que Israel devia começar a anexar partes da Cisjordânia. Ao que o ministro das Finanças,Yaïr Lapid, respondeu que o seu partido centrista, o Yesh Atid, abandonaria a coligação e faria cair o Governo se um tal plano fosse executado.
"A política de um Governo não pode ser representada desta maneira", deplorou o ministro dos Negócios Estrageiros, segundo comunicou o seu porta-voz. "Nós devemos decidir um programa diplomático, ao qual todos os membros do Governo estarão associados". Lieberman pronunciou-se a favor de um "acordo com os palestinianos, mas apenas se este acordo fizer parte de um [acordo mais global] que resolva igualmente as nossas relações com o mundo árabe e a questão dos árabes israelitas".
"No Médio Oriente, todos têm medo de todos, por conseguinte, todas as partes devem sentar-se à mesa das negociações ao mesmo tempo", sublinhou o ministro, apelando "os Estados árabes moderados (...) a cooperar abertamente connosco" face às "ameaças comuns" que o "Irão , a Síria, a Al-Qaeda e o extremismo islâmico" representam.
O último ciclo de negociações de paz, iniciado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, cessaram no fim de abril. Israel afirmou que não negociará com o governo palestiniano de união nacional, no poder há uma semana, pois este é apoiado pelo movimento islâmico Hamas, que Israel considera um "grupo terrorista".